Ato denuncia a violência contra as mulheres em Fortaleza e cobra ação das autoridades


As mulheres que formam o movimento sindical das servidoras municipais no Ceará marcaram presença no ato realizado na última quarta-feira (18/6) em menção ao assassinato de Maria Auxiliadora Silva Colares, que se tornou mais uma vítima da violência contra as mulheres em nosso estado. Ela desapareceu na noite da terça (10/6) e foi encontrada, no dia seguinte, já sem vida no porta-malas do seu carro. O veículo foi abandonado ao lado da Igreja São José, no bairro Vila Peri.


Convocado pela família e amigos, a atividade foi realizada no fim da tarde, na avenida Osório de Paiva, em frente à Igreja São José, tendo como lema: “Diga não à Violência contra a Mulher”. O protesto teve o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a violência contra a mulher e os desafios para enfrentar o problema. Foi distribuída uma carta aberta contra a impunidade e o grande número de vítimas no Ceará.


Marcaram presença na atividade a presidenta da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), Enedina Soares, a presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (CONFETAM), Vilani Oliveira, a Secretária de Relações do Trabalho da CUT Nacional, Graça Costa, a Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-CE, Ozaneide de Paula, a Secretária de Finanças da CUT-CE, Camem Silvia e outras lideranças sindicais, assim como representantes da Coordenadoria da Mulher, da Prefeitura de Fortaleza.


“O mais importante hoje é dizer que não podemos perder mais vidas, precisamos combater a violência contra a mulher dentro de casa, mas também fora dela. Queremos que as autoridades não se mantenham inertes, como nos parece, quando os crimes são contra a mulher. Queremos mais delegacias especializadas para crimes dessa natureza e capacidade de repressão a esta forma de violência”, destacou Enedina Soares, da Fetamce.


Dados


Os dados são alarmantes. De janeiro a maio deste ano, 117 mulheres foram assassinadas no Ceará. Em 2012, foram mortas 212 e, no ano passado, 267. As informações são da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).


Segundo o irmão da vítima, Possidônio Colares, Maria Auxiliadora, conhecida como Auci, era muito amada, uma excelente filha, uma irmã exemplar, trabalhadora e independente. “Ela não merecia tamanha perversidade. O crime com requintes de crueldade ainda é um mistério para polícia, mas a esperança é que o caso seja esclarecido e que o culpado ou os culpados sejam presos e paguem pelo crime cometido”, denuncia.


Leia, abaixo, o manifesto:


Carta aberta


Mais uma mulher assassinada!!!


Na última terça-feira (10) a vida de nossa querida Maria Auxiliadora Silva Colares foi covardemente silenciada. Ela foi vítima de um crime bárbaro que deixou toda família, amigos e vizinhos chocados e sem entender os motivos que levaram a tamanha brutalidade. Auxiliadora desapareceu na noite da terça-feira e foi encontrada no dia seguinte já sem vida no porta malas de seu próprio carro, que foi abandonado ao lado da Igreja de São José no bairro Vila Peri.


Maria Auxiliadora, conhecida carinhosamente por todos como Auci, era muito amada, uma excelente filha, uma irmã exemplar, trabalhadora e independente que não merecia tamanha perversidade. O crime com requintes de crueldade, ainda é um mistério para polícia, mas a esperança é de que o caso seja esclarecido e que o culpado ou culpados, sejam presos e paguem pelo crime cometido.


A violência contra a mulher é uma das agressões mais cruéis contra os direitos humanos. Crimes como esse são diariamente noticiados nos canais de televisão e na maioria das vezes não solucionados gerando um clima de medo, insegurança e impunidade. Cada vez mais a violência contra a mulher aumenta e não podemos nos calar diante de tamanha perversidade e nem permitir que outras mulheres tenham sua vida ceifada precocemente. Nenhuma mulher merece ser estuprada, humilhada, xingada, violentada, vulgarizada. Todas as mulheres merecem ser amadas, desejadas, valorizadas e respeitadas sem discriminação de raça, sexo, cor ou religião.


O Brasil avançou muito com a criação de leis e medidas protetivas, no entanto ainda carecemos de mais segurança. Por outro lado não podemos ficar paradas temos que dar um basta para que o medo e a violência não façam mais parte do nosso cotidiano.


Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), em 2012, foram assassinadas 212 mulheres. Em 2013 o número cresceu para 267. No entanto de janeiro a maio deste ano, 117 mulheres já foram assassinadas em todo o Ceará.


Como mulheres, mães, filhas e cidadãs que somos não podemos mais deixar que crimes como esses se repitam. Precisamos reagir, denunciar e dar uma basta. Que nossa voz ecoe em todos os cantos da cidade por mais justiça e igualdade de direitos.


E se calarem a nossa voz as pedras falarão!!!


“Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores” (Cora Coraliana).