Precatórios do Fundef: Sindsep participa de audiência pública no Congresso Nacional

Hoje, 19 de setembro, defendido pelo movimento sindical como Dia Nacional em defesa da destinação dos recursos dos precatórios do antigo Fundef para os professores e para a educação, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Caucaia (Sindsep) participou de uma audiência pública com comissão criada para tratar do assunto na Câmara dos Deputados. Enedina Soares, que também é presidente da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), representou a entidade. A atividade aconteceu no Plenário Ulisses Guimarães, no Congresso Nacional, em Brasília.

O grande destaque do encontro foi a apresentação de uma nota técnica do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU), que determina que a legislação deve ser cumprida também em relação aos precatórios.

“Os 60% os professores têm direito e entra como valorização do magistério. Então ele é distribuído de acordo com o município, o número de professores e será feito um acordo a nível local em cada município, homologado pela justiça e poderá ser feito esse pagamento”, disse o deputado João Henrique Caldas, do PSB de Alagoas, que sugeriu a realização da audiência.

O parlamentar destacou que na legislação está prevista a vinculação de 60 por cento dos recursos para o pagamento de professores e lembrou que a decisão do FNDE foi resultado da pressão exercida pela comissão especial da Câmara destinada a acompanhar o repasse desses recursos.

Noutra via, decisão do Tribunal de Contas da União determinou que, em relação aos precatórios, a vinculação de 60% do total para pagamento dos professores não precisa ser cumprida. O que libera os recursos para serem usados em outras áreas da educação.

Representantes de entidades representativas de professores e servidores de todo o país presentes na discussão criticaram a decisão do TCU. A avaliação é de que a medida trouxe insegurança jurídica em relação ao uso desses recursos.

A representante do Ministério Público de Contas de Pernambuco, Germana Laureano, destacou que o entendimento em relação à decisão do TCU, pelo menos naquele estado, é de que a vinculação deve ser mantida sim.

“O questionamento que fizemos no Ministério Público de Contas foi justamente este se à época a complementação tivesse sido feita adequadamente pela União a cada um real pago, 60 centavos iam ser destinados aos professores? A minha resposta, eu tenho a resposta é sim.”

Enedina Soares discursou na tribuna da Câmara. A dirigente não só defendeu a sub-vinculação dos recursos do Fundef para os trabalhadores da educação como denunciou o desejo dos prefeitos de usarem os recursos com ações populistas. “Saímos com a nossa defesa fortalecida. A luta continua. Gestores, tirem as mãos dos recursos dos profissionais da educação”, comentou a presidente da Federação.

Saiba mais

Os precatórios se devem a uma revisão do Supremo Tribunal de Justiça nos cálculos dos repasses feitos pelos recursos do  Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que atualmente foi substituído pelo  Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Com essa revisão, a União é obrigada a repassar R$ 90 bilhões para Estados e prefeituras.