A Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, foi palco de grande ato realizado na tarde desta terça-feira (14/10), véspera do dia do professor, com professores de todo o Ceará. A atividade, cujo tema foi: “Na eleição, voto pela educação”, chamou a atenção da categoria, assim como da sociedade, para a necessidade de mais conquistas nas políticas educacionais.
“Nestas eleições, temos que estar conscientes e fazer a escolha correta, apostando na chapa presidencial que de fato represente a garantia dos direitos conseguidos até aqui, como a Lei do Piso do Magistério; o Fundo da Educação, o Fundeb; a destinação de mais recursos para a educação, com os royalties do petróleo; e a ampliação do ensino superior, que chegou a marca de 7,5 milhões de matrículas”, explicou Graça Costa, professora de Quixadá e Secretária de Relações de Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Enedina Soares, presidenta da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), lembrou que há muito mais a ser feito em nome dos educadores de todo o Brasil, como o efetivo cumprimento da Lei do Piso, tratando da destinação de um terço da carga horária para atividades extraclasse e a criação de Planos de Cargos e Carreiras. Porém, a dirigente afirma que os educadores não podem deixar o Brasil dar um passo atrás. “Quem viveu antes de 2003 sabe o que passamos, sabe o que sofremos. Queremos mais direitos sim, mas não deixaremos que toquem no que já conquistamos até aqui. Temos o direito Constitucional de manifestar nossa vontade”, enfatizou.
Por sua vez, Ana Cristina, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), reforçou a importância de avaliar cada projeto e, seja em qual for o nível, estadual ou federal, optar por aquele ou aquela que possa cumprir as metas do Plano Nacional de Educação para os próximos anos, já confirmadas pelo Congresso, como a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação.
“Somos contra ao modelo de educação neoliberal, que, no passado, só assolou os trabalhadores da educação e nos fez passar anos sem crescer no índice de aprendizagem e no número de pessoas nas escolas. Hoje estamos em outro patamar, mas mesmo assim queremos mais transformações, queremos a evolução do ensino básico e o crescimento da valorização da nossa carreira”, comentou Ana Cláudia Melo, professora e membro do Sindicato de Servidores Municipais de Pentecoste.
Viva o Nordeste
A atividade parou as ruas em torno da Praça do Ferreira também pela alegria e o bom humor, tendo em vista repudiar o preconceito contra o Nordeste, proferido por pessoas do sul e sudeste através das redes sociais, após o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais.
O ato contou com a exposição teatral liderada pelo ator Carlos Alves e equipe, que apresentou uma peça especialmente preparada para atividade, com temática nordestina. Encenada em Praça Pública, a esquete foi uma caricatura do processo eleitoral.
Outro destaque do ato foram as danças, que mostraram o bailado característico do povo nordestino, passando também pela história de luta da região. As apresentações de baile foram conduzidas pela Companhia Estrelas da Rua, projeto de jovens da periferia de Fortaleza premiado e que já viajou várias cidades do mundo.
Mais entidades
O ato também foi convocado também pela Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais do Ceará (Sindicato-APEOC); a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (CONFETAM); a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE).