Mulheres de Caucaia ocupam as ruas contra as desigualdades e a Reforma da Previdência


As mulheres de Caucaia ocuparam as ruas da cidade na manhã desta terça-feira (07), em ato unificado em alusão ao Dia Internacional da Mulher. A atividade, que teve concentração na Praça da Matriz, reuniu representantes das diversas frentes dos movimentos sociais, sindicatos e coletivos.


O evento faz parte da agenda da Parada Brasileira de Mulheres, manifestação que traz como reivindicações a luta contra a Reforma da Previdência; pelo fim do Racismo; pelo fim da violência contra as mulheres; além da defesa da igualdade de gênero.


O ato percorreu as principais ruas do Centro da cidade. A caminhada foi encerrada na Câmara Municipal, onde as lideranças feministas fizeram uso da tribuna para conduzir debate sobre os direitos das mulheres.


A presidente da Fetamce, Enedina Soares, destacou as desigualdades de gênero, afirmando a necessidade do aumento da participação feminina nos espaços de poder.


“Estamos sub-representadas nas esferas de poder. Socialmente, é imposto a nós como um processo natural, a esfera privada. Outro dado mostra que no Ceará, as mulheres ganham em média, 9,1% menos que os homens. No Brasil, esse dado em 2015, chegou a 16,1%. É urgente acabar com essas diferenças”, ressaltou a dirigente.


Ronise Messias, secretária de mulheres do Sindicato dos Servidores Municipais de Caucaia, explicou que outra realidade nefasta é a violência. Só em 2016, foram registrados 5 mil casos de violência domestica no Ceará. Uma média de uma agressão por hora.


“É importante que as nossas companheiras do gênero feminino compreendam que precisamos enfrentar juntas essa situação, exigindo o cumprimento da Lei Maria da Penha pelas autoridades. A violência física contra mulher  não pode prosperar”, comentou a sindicalista.


As mobilizações de março marcarão também o início da jornada de luta em defesa da retomada da democracia e da campanha por Diretas Já, que seguirá com mobilizações organizadas em todo o país no dia 15 de março, quando os movimentos sociais voltarão a ocupar as ruas construindo uma grande agenda de lutas.


O foco principal das mobilizações tem sido o combate à Reforma da Previdência, que está tramitando no Congresso Nacional. Na oportunidade, os movimentos distribuíram nota que mostra a perversidade das mudanças propostas pelo Governo golpista.


A reforma será ainda mais perversa para as mulheres, pois aumenta o tempo de contribuição integral de 30 para 49 anos no caso das mulheres, e de 35 para 49 anos no caso dos homens e equipara a idade mínima de aposentaria para 65 anos em ambos os sexos, eliminando o direito das mulheres de se aposentarem cinco antes.