Na próxima quinta-feira (13/11), a Federação dos Trabalhadores(as) no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) levará para a cidade do Crato, na região do Cariri, seminário que vai discutir a violência contra a mulher no Ceará. O local foi escolhido tendo em vista que a taxa de mulheres vítimas de práticas violentas na região é considerada uma das mais altas do Nordeste.
O debate acontece no mês em que se celebra o dia de combate à violência contra a mulher, 25 de novembro, e lança as atividades da campanha estadual “Serviço Público de Todas as Cores – Construindo a igualdade de oportunidades através do combate à homofobia, ao racismo e à violência contra a mulher”, liderada pela entidade sindical. A atividade será realizada no Auditório da URCA (Rua Coronel Antônio Luiz, 1161, Pimenta – Crato).
Números
De acordo com levantamento, o Cariri alcançou a cifra de 191 assassinatos de mulheres – a maioria no âmbito doméstico e por motivações diversas – no período de 2001 ao primeiro mês de 2012. Já em 2013 foram assassinadas 24 mulheres e só no primeiro semestre deste ano 14 outras já perderam a vida, oito delas somente em Juazeiro do Norte.
No Brasil, a cada uma hora e meia uma mulher morre por causas violentas no Brasil. Este é um dado divulgado em 2013 pelo IPEA, no estudo “Violência contra a mulher: Feminicídios no Brasil” . Conforme o documento, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas acontecem a cada ano, 472 a cada mês, 15 a cada dia.
Combate
Enedina Soares, presidenta da Fetamce, explica que a melhor maneira de se enfrentar este problema, que o movimento feminista tem apelidado de “feminicídio”, associado ainda ao machismo e ao sexismo, é levar a sociedade ao debate, por isso, segundo ela, a importância do seminário e das atividades da campanha. “Estes crimes são geralmente praticados por homens, principalmente parceiros ou ex-parceiros, mas também podem se dar na rua, no local de trabalho ou em um espaço de entretenimento. Por isso, apresentamos aos gestores públicos, aos trabalhadores, em especial, e aos órgãos de defesa a nossa plataforma de enfrentamento destas e outras formas de violência de marca, como o racismo e a homofobia”, enfatizou.
Além de se debruçar sobre o debate local, o seminário abrirá espaço para a avaliação das políticas de defesa da mulher oito anos depois da criação da Lei Maria da Penha, mecanismo que pune crimes desta natureza.
Serviço:
13/11 – Seminário Estadual de Combate à Violência contra a Mulher
Horário: 8 às 12 horas
Local: Auditório da URCA (Rua Coronel Antônio Luiz, 1161, Pimenta – Crato)